terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Quase morte (pt.2)

 (para entender melhor, leia a parte 1: http://illnevergivein.blogspot.com/2011/11/quase-morte-pt1.html )

Não, eu não tenho medo da morte, e se for pra morrer, que seja, a única diferença é que não vou mais poder escrever aqui...


Mas como sobreviver num mundo sem amigos ? Sem seus pais te apoiando, -porque afinal de contas, meus pais nem sabiam que eu tentei me matar, aliás, não sabem até hoje...-, sem alguém para lhe abraçar ?

Não tenho orgulho, embora as veses eu deveria. Mas admito que fui muito forte para poder continuar apenas com a lembrança de tanta dor. Mas admito também, que foi muito difícil naqueles tempos...

Após a tentativa de suicídio não sucedida, tudo oque havia em mim era dor, fraqueza, sangue e lágrimas. No momento era realmente difícil de fazer algo, e inútil esperar alguém, (Aproximadamente às 14:00 horas, é muito raro que apareça alguém na minha casa, tanto hoje em dia, como naquela época.), tudo oque fiz foi chorar enquanto me ajoelhava no chão, pois acho que o único lugar onde não doía ainda, era nos joelhos. Eu estava na frente da pia da cozinha e ia caindo aos poucos. Não havia som de nada a não ser os pássaros lá fora, . (Paisagens calmas é típico de onde eu moro.), e de meu choro. Eu chorava muito e era como se nunca fosse parar, pois eu sentia que precisava, e que não queria parar por enquanto...

-Não é que eu goste de chorar, mas eu aprendi cedo, que quando for chorar, ponha tudo para fora, assim toda a dor que está dentro de ti, será regurgitada e não voltará por enquanto.-

...Na época eu tinha visinhos, então eu me senti obrigado à colocar a cabeça entre as pernas quando ajoelhado, para abafar parte do som. Eu não precisava me preocupar muito com o barulho, pois a porta estava fechada, mas mesmo assim, era melhor ter cautela. Eu não estava me importando se o visinho ouviria ou não, oque me pertubava era se acaso meus pais soubessem. Eu iria ter que ouvir muito sermão, e briga, além de ter que ouvir "um bilhão" de motivos para ir para igreja...

Eu tinha uma vontade enorme de "uivar de choro", ou talvez de gritar de dor.
Tudo que me "curou", foi o simples tempo.
Ele me fez limpar tudo, e esquecer de tudo oque aconteceu. Por mais que o tempo foi o remédio de efeito mais demorado que eu ja tenha "tomado"...

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